Era uma vez… um coelho. Sabem ? Daqueles coelhinhos da Páscoa, todos feitos de chocolate, embrulhados em prata colorida, com um grande laçarote ao pescoço. Pousado sobre a cesta da fruta, entre algumas maças e um ananás, contemplava silencioso tudo o que o rodeava, prestando atenção aos mais pequenos pormenores. Primeiro, foi a avó Fernanda, ainda de roupão, a caminho da cozinha. Ouviu a chaleira ao lume… e minutos depois, viu-a de chávena em punho, o chá fumegante numa mão e meia dúzia de bolachas na outra. Depois passou a pequena Sofia. Resoluta, pegou no banco e encarrapitou-se, no alto dos seus seis anitos, até alcançar a prateleira do armário. Pegou num pacotinho de leite com chocolate e voltou ao sofá da sala, para continuar tranquilamente a sua manhã de desenhos animados, defronte da televisão. O coelhinho da Páscoa continuou a observar, em silêncio. O pai Vicente, despenteado como todas as manhãs, veio a seguir. Entre dois bocejos, um espreguiçar e um pontapé desajeitado no pé da mesa, ouviu-o a colocar a chávena na máquina do café, o tradicional som do moinho e pouco depois… aí vem ele de chávena na mão. Acabara de se sentar à mesa quando chegou a Maria, a filha mais velha, toalha ainda enrolada na cabeça, acabada de sair do duche. Sempre em corrida, apanhou duas maças e desapareceu pelo corredor. - Bom dia também para ti… -resmungou o pai Vicente A avó Fernanda voltou, de chávena vazia. Cumprimentaram-se e ela rumou à cozinha. Abriu o frigorífico e lá foi depositando sobre a mesa as couves, as cenouras, os aipos, os nabos, o alho francês, as batatas e as cebolas. Tudo a postos para começar… um belo cozido. Mãos à obra. Mas não. Ainda não. Ora bem… o que estava a faltar ? Ah, pois claro… a hortelã. E lá rumou ao quintal, à procura do tempero em falta. O coelhinho da Páscoa agitou-se. Mas continuou em silêncio. Na sala ao lado, a mãe Joana finalmente descera do quarto. Apanhou o café do marido e sorveu-o de um trago. Depois enterrou-se na cadeira, as mãos a segurar a cabeça, num esforço heróico para manter os olhos abertos. - Não dormi nada, esta noite – lastimava-se – e agora estou cheia de dores de cabeça… - Sofia… baixa o som da televisão, se fazes favor… O pai Vicente passou-lhe a mão pelos cabelos, ternurento. - Vá lá… queres que te faça um chá… ou … porque não tomas uma aspirina e voltas para a cama ? Ela concordou – passar um domingo cambaleando pela casa com dores de cabeça não era propriamente algo que desejasse. - Sim, por favor… dá-me duas… A avó Fernanda voltou nesse momento, carregada com um grande molhe de hortelã. Rumou directa à cozinha e lá começou os seus preparos.
- Esta agora… onde estão as cenouras ? – ouviram-na da sala – tenho a certeza que as tirei do frigorífico… Voltou a confirmar; dentro do frigorífico, fora, em cima da mesa, no chão… nem rasto. Depois reparou melhor. A um canto, junto do cesto da fruta, um pedaço de rama e umas lascas de cenoura revelavam que as cenouras teriam andado algures por ali perto. Mas nem vê-las… Virou-se, à procura de opções; talvez tivessem escorregado, caído ao chão ? Nesse momento, um tímido arroto – mas perfeitamente audível – fez-se ouvir. A avó Fernanda olhou em redor, atónita. - Estou a ficar maluca, querem ver…
Na cesta de frutas, o coelhinho da Páscoa acabou de mastigar tranquilamente a última cenoura. Os seus olhinhos de chocolate brilhavam de contentamento. Aquilo sim… aquilo é que era uma boa Páscoa…
ANA... Seja alegre,procurando fazer todo o bem que puder,nos dias em que permanecer na face da terra. Espalhe em torno de si esmolas de conforto,palavras de carinho,sorrisos de felicidade. Responda com alegria e otimismo a todos aqueles que lhe dirigirem a palavra,sem irritar-se jamais. Imprima, em cada dia de sua vida, a bondade que existe no fundo do seu coração.
6 comentários:
Parabéns pela imagem liiinda e pelo pensamento!
Beijo.
isa.
Olá Ana:
Belo pensamento...Gostei!!!
Beijinhos
Lourenço
Bela imagem,bela frase!!!
Um beijo!!!Sonia Regina.
Era uma vez… um coelho.
Sabem ? Daqueles coelhinhos da Páscoa, todos feitos de chocolate, embrulhados em prata colorida, com um grande laçarote ao pescoço.
Pousado sobre a cesta da fruta, entre algumas maças e um ananás, contemplava silencioso tudo o que o rodeava, prestando atenção aos mais pequenos pormenores.
Primeiro, foi a avó Fernanda, ainda de roupão, a caminho da cozinha. Ouviu a chaleira ao lume… e minutos depois, viu-a de chávena em punho, o chá fumegante numa mão e meia dúzia de bolachas na outra.
Depois passou a pequena Sofia. Resoluta, pegou no banco e encarrapitou-se, no alto dos seus seis anitos, até alcançar a prateleira do armário. Pegou num pacotinho de leite com chocolate e voltou ao sofá da sala, para continuar tranquilamente a sua manhã de desenhos animados, defronte da televisão.
O coelhinho da Páscoa continuou a observar, em silêncio.
O pai Vicente, despenteado como todas as manhãs, veio a seguir. Entre dois bocejos, um espreguiçar e um pontapé desajeitado no pé da mesa, ouviu-o a colocar a chávena na máquina do café, o tradicional som do moinho e pouco depois… aí vem ele de chávena na mão.
Acabara de se sentar à mesa quando chegou a Maria, a filha mais velha, toalha ainda enrolada na cabeça, acabada de sair do duche. Sempre em corrida, apanhou duas maças e desapareceu pelo corredor.
- Bom dia também para ti… -resmungou o pai Vicente
A avó Fernanda voltou, de chávena vazia. Cumprimentaram-se e ela rumou à cozinha. Abriu o frigorífico e lá foi depositando sobre a mesa as couves, as cenouras, os aipos, os nabos, o alho francês, as batatas e as cebolas.
Tudo a postos para começar… um belo cozido. Mãos à obra.
Mas não. Ainda não. Ora bem… o que estava a faltar ? Ah, pois claro… a hortelã.
E lá rumou ao quintal, à procura do tempero em falta.
O coelhinho da Páscoa agitou-se. Mas continuou em silêncio.
Na sala ao lado, a mãe Joana finalmente descera do quarto. Apanhou o café do marido e sorveu-o de um trago. Depois enterrou-se na cadeira, as mãos a segurar a cabeça, num esforço heróico para manter os olhos abertos.
- Não dormi nada, esta noite – lastimava-se – e agora estou cheia de dores de cabeça… - Sofia… baixa o som da televisão, se fazes favor…
O pai Vicente passou-lhe a mão pelos cabelos, ternurento.
- Vá lá… queres que te faça um chá… ou … porque não tomas uma aspirina e voltas para a cama ?
Ela concordou – passar um domingo cambaleando pela casa com dores de cabeça não era propriamente algo que desejasse.
- Sim, por favor… dá-me duas…
A avó Fernanda voltou nesse momento, carregada com um grande molhe de hortelã. Rumou directa à cozinha e lá começou os seus preparos.
- Esta agora… onde estão as cenouras ? – ouviram-na da sala – tenho a certeza que as tirei do frigorífico…
Voltou a confirmar; dentro do frigorífico, fora, em cima da mesa, no chão… nem rasto.
Depois reparou melhor.
A um canto, junto do cesto da fruta, um pedaço de rama e umas lascas de cenoura revelavam que as cenouras teriam andado algures por ali perto. Mas nem vê-las…
Virou-se, à procura de opções; talvez tivessem escorregado, caído ao chão ?
Nesse momento, um tímido arroto – mas perfeitamente audível – fez-se ouvir.
A avó Fernanda olhou em redor, atónita.
- Estou a ficar maluca, querem ver…
Na cesta de frutas, o coelhinho da Páscoa acabou de mastigar tranquilamente a última cenoura. Os seus olhinhos de chocolate brilhavam de contentamento.
Aquilo sim… aquilo é que era uma boa Páscoa…
ANA...
Seja alegre,procurando fazer
todo o bem que puder,nos dias
em que permanecer na face da terra.
Espalhe em torno de si esmolas de conforto,palavras de carinho,sorrisos de felicidade.
Responda com alegria e otimismo a todos aqueles que lhe
dirigirem a palavra,sem irritar-se jamais.
Imprima, em cada dia de sua vida, a bondade que existe no fundo do seu coração.
Beijocas
linda....
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